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Síndrome do Pânico - Dra. Marília Alencar Marinho

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SÍNDROME DO PÂNICO OU TRANSTORNO DO PÂNICO

                                      Marília Alencar Marinho.

 

O transtorno psiquiátrico, em questão, está muito frequente na sociedade atual, talvez pelo próprio desenvolvimento do país, que ocasionaram no indivíduo rotinas extremamente desgastantes, com menos horas de sono e lazer e mais horas dedicadas ao trabalho, de um modo geral.

Tem uma prevalência de 01 a 03% da população geral.

Geralmente, o indivíduo que apresenta os sinais e sintomas desta síndrome procuram, primeiramente, o clínico geral ou o cardiologista, por ser uma patologia que ocasiona diversos sintomas clínicos, deixando no paciente medo de estar com uma doença grave, medo até de morrer.

Nos serviços de emergência, 15 a 70%  das pessoas que procuram o serviço por dor torácica estão, na verdade, apresentando ataques de pânico.

E o que vem a ser ATAQUE DE PÂNICO OU CRISE DE PÂNICO?

Ataque de pânico pode ocorrer juntamente com qualquer outro transtorno de ansiedade, bem como na Síndrome do Pânico.

Eles podem ser inesperados (sem se associar a evento desencadeante); ligado a situações ou evocados (quando surgem após exposição ou antecipação a um evocador ou situação desencadeante); e predispostos por uma situação (quando tendem  a ocorrer na exposição ao evocador, mas não estão invariavelmente associados ao evocador e não aparecem necessariamente após exposição).

O ataque de pânico é o aparecimento dos sinais e sintomas da Síndrome do Pânico, porém de forma isolada, sem a pessoa se preocupar excessivamente com o ataque ocorrido dentro de um período de 01 mês.

Ataque de pânico consiste em episódio autolimitado de medo ou desconforto intensos, seguido de 04 ou mais dos seguintes sintomas por no máximo 10 minutos:

- Palpitações ou Taquicardia;

- Sudorese;

- Tremores ou abalos;

- Sensação de falta de ar;

- Sensação de asfixia;

- Dor ou desconforto torácico;

- Náuseas ou desconforto abdominal;

- Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;

- Sintomas de despersonalização/desrealização;

- Medo de perder “o controle” ou de “ficar louco”;

- Medo de morrer;

- Hipoestesias ou parestesias (dormências, formigamentos);

- Calafrios ou ondas de calor.

 

E o que seria SÍNDROME DO PÂNICO?

Para se diagnosticar a Síndrome é necessária a ocorrência de um ataque de pânico do tipo inesperado (sem se associar a evento desencadeante), seguido pela preocupação persistente e excessiva, por um mês, de ter novo ataque de pânico, além de outras mudanças comportamentais relacionadas às preocupações sobre os riscos ou consequências de ter um novo ataque. Além disso, é preciso que ocorram, ao menos, dois ataques de pânico inesperados para o diagnóstico.

Podem ocorrer ataques de pânico predispostos por situações, além dos inesperados.

Há ainda preocupações no indivíduo acerca de possuir doença grave não diagnosticada ainda pelo médico.

SE, POR ACASO, ASSOCIADO A ESTES SINTOMAS, O INDIVÍDUO ASSUMIR UMA POSTURA EVITATIVA, OU SEJA, EVITANDO SITUAÇÕES QUE POSSAM LHE OCASIONAR ATAQUES DE PÂNICO, PELA PREOCUPAÇÃO SOBRE O RISCO DE UM NOVO ATAQUE, TEMOS , ENTÃO, O DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DO PÂNICO COM AGORAFOBIA.

O tratamento visa tratar os sintomas agudos, ou seja, os ataques de pânico; diminuir a frequência e a intensidade dos ataques, diminuir a ansiedade antecipatória e os sintomas de agorafobia, se estiverem presentes e abordar e tratar transtornos comórbidos, se presentes (exemplo, quando o indivíduo tem a Síndrome do Pânico associada a outro transtorno psiquiátrico).

O tratamento pode ser feito em consultório ou ambulatório e é baseado em psicoeducação, farmacoterapia e psicoterapia.

Só haverá internação psiquiátrica se houver ideação suicida ou necessidade de desintoxicação, ou seja, quando a Síndrome do Pãnico é acompanhada de outro (s) transtorno (s) psiquiátrico (s).

O tratamento farmacológico deve ser seguido, ininterruptamente, de acordo com o que prescrito pelo médico psiquiatra por, ao menos, 01 ano após a resposta terapêutica das crises ou ataques.  

FONTE ou REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: Kaplan – Compêndio de Psiquiatria – 2007; Manual de Psiquiatria – UNIFESP – 2011; site Psiqweb; CID 10; DSM- IV.

Autor

Dra Marilia Rodrigues Cavalcanti de Alencar Marinho

Dra Marilia Rodrigues Cavalcanti de Alencar Marinho

Psiquiatra

Especialização em Medicina de Família e Comunidade no(a) universidade federal de alagoas.