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Ansiedade e o mundo atual - Dra. Marília Alencar Marinho.

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ANSIEDADE E O MUNDO ATUAL

A ansiedade está presente na sociedade desde os primórdios. Em nossos ancestrais o mecanismo da ansiedade-estresse foi destinado à sobrevivência da espécie diante dos perigos próprios da luta pela vida. Era um mecanismo útil no caso das ameaças de animais ferozes, das guerras tribais, das intempéries climáticas, da busca pelo alimento, da luta pelo espaço geográfico, etc.

Com a civilidade do ser humano, outros perigos apareceram e ocuparam o lugar daqueles que estressavam nossos ancestrais. Atualmente, tememos a competitividade social, a segurança, a competência profissional, a sobrevivência econômica, as perspectivas futuras e mais uma infinidade de ameaças abstratas e reais.

A ansiedade manifesta-se em nossa vida como um sentimento de apreensão, uma sensação de que algo está para acontecer, representando um contínuo estado de alerta e uma constante pressa em terminar as coisas que ainda nem começamos.

Dessa forma, nosso domingo têm uma apreensão de segunda-feira e a pessoa antes de dormir já pensa em tudo que terá de fazer quando o dia amanhecer. É a corrida para não deixar nada para trás, além de nossos concorrentes. É um estado de alarme contínuo e uma prontidão para o que irá acontecer futuramente.

Deste modo, considerando a nossa necessidade fisiológica de nos adaptarmos às diversas circunstâncias através da Ansiedade, falamos em Ansiedade Normal. Por outro lado, falamos também da Ansiedade Patológica como uma forma de resposta inadequada, em intensidade e duração, às solicitações de adaptação.

As causas da Ansiedade Patológica estão relacionadas aos Sistemas Noradrenérgico, Sertoninérgico e Gabaérgico do lobo frontal e do sistema límbico.

De acordo com o DSM-IV, o Transtorno de Ansiedade Generalizada caracteriza-se por um sentimento de apreensão e preocupação excessiva na maioria dos dias dentro de um período de pelo menos seis meses. E ainda é acompanhada por, pelo menos, três dos seguintes sintomas adicionais: fadiga, irritabilidade, inquietação, dificuldade de se concentrar, tensão muscular e perturbações do sono.

Segundo o CID-10, é um transtorno flutuante com sintomas variáveis, que compreendem nervosismo persistente, tremores, tensão muscular, transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico. Também pode envolver sentimento de medos de que a própria pessoa ou algum parente irá brevemente ficar doente ou sofrer um acidente.

Segundo Kaplan, é um transtorno muito mais frequente no sexo feminino e tem uma prevalência na população geral de 5%.

REFERÊNCIA: site: Psiqweb; Kaplan - Compendio de Psiquiatria; DSM-IV, CID-10.

Autor

Dra Marilia Rodrigues Cavalcanti de Alencar Marinho

Dra Marilia Rodrigues Cavalcanti de Alencar Marinho

Psiquiatra

Especialização em Medicina de Família e Comunidade no(a) universidade federal de alagoas.