Depressão - Dra. Marília Alencar Marinho.
DEPRESSÃO
Tristeza, infelicidade e melancolia são sentimenos próprios do ser humano. São sentimentos que acompanham a humanidade desde os nossos ancestrais, desde a antiguidade, e foram descritos, primeiramente, a Melancolia por Hipócrates ou o suicídio de Ajax, narrado na Ilíada de Homero.
Esses sentimentos ocorrem diariamente com a maioria das pessoas, relacionados, normalmente, a fatos da vida cotidiana, melhorando, naturalmente, após alguns dias.
Entretanto, algumas pessoas mantêm tais sentimentos, associados a outros sintomas, por um período maior, o que vai acarretar prejuízos físicos, sociais, ocupacionais, familiares, psicológicos.
A depressão ou episódio depressivo é um grande problema de saúde pública, levando a um custo social altíssimo, e tornando-se grande preocupação tanto entre os psiquiatras como na classe médica em geral.
Sua prevalência na população geral está em torno de 8% e chega a ser tão prejudicial quanto à doença coronariana e mais debilitante que o Diabetes Mellitus, representando uma importantíssima causa de incapacitação e de procura pelos serviços médicos.
As mulheres têm duas vezes mais chance que os homens de serem acometidas por Depressão e, em geral, seu início se dá entre 20 a 40 anos de idade. Fatores de risco importantes são possuir histórico familiar positivo para Depressão ou ter o estado civil de divorciada.
Sem tratamento, sua duração pode chegar a 13 meses, e com tratamento, seus sintomas regridem com aproximadamente 03 meses.
Seu risco de recorrência (novo episódio) é de 50% após o primeiro episódio, 70% após o segundo e 90% após o terceiro episódio.
A principal causa da depressão é a deficiência de neurotransmissores, em especial, serotonina, noradrenalina e dopamina.
Pelo DSM-IV, para se diagnosticar Depressão, devem estar presentes cinco ou mais dos seguintes sintomas por ao menos duas semanas seguidas, sendo um deles o primeiro ou segundo sintoma citado a seguir:
1. Humor depressivo durante a maior parte do dia;
2. Diminuição intensa do prazer na maioria das atividades diárias;
3. Perda de peso ou aumento de peso;
4. Insônia ou sonolência excessiva;
5. Agitação psicomotora ou lentificação da psicomotricidade;
6. Fadiga ou perda de energia;
7. Sentimento de inferioridade, inutilidade ou culpa excessiva;
8. Diminuição da concentração, indecisão;
9. Idéias recorrentes sobre morte ou suicídio.
De acordo com o CID-10, O INDIVÍDUO sofre usualmente de humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Também é comum cansaço marcante após esforços leves. Outros sintomas comuns:
- Concentração e atenção reduzidas;
- Auto-estima e autoconfiança reduzidas;
- Idéias de culpa e inutilidade;
- Visões desoladas e pessimistas do futuro;
- Idéias ou atos autolesivos ou suicídio;
- Sono perturbado;
- Apetite diminuído.
Os episódios depressivos podem ser leve, moderado ou grave. No episódio moderado, podem aparecer sintomas somáticos. No episódio grave, podem aparecer sintomas psicóticos.
Exemplos típicos de sintomas somáticos são: perda de interesse ou prazer em atividades normalmente agradáveis; falta de reatividade emocional a ambientes e eventos normalmente prazerosos; acordar pela manhã 02 ou mais horas antes do horário habitual; piora dos sintomas depressivos pela manhã; evidência objetiva de retardo ou agitação psicomotora definitiva; perda de apetite marcante; perda de peso (5% ou mais do peso corporal); perda da libido (desinteresse sexual).
A depressão é uma doença atual, marcadamente incapacitante para o trabalho, devendo, ao ser notada a presença, ser devidamente encaminhada à psiquiatra e tratada adequadamente, envolvendo tratamento medicamentoso e psicoterapêutico.
REFERÊNCIA: kaplan - 2007; CID-10, DSM-IV, Manual de Psiquiatria da UNIFESP - 2011, site psiqweb.
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