"Baby Blues", Depressão Puerperal e Psicose Puerperal - Dra Marília Rodrigues C. de Alencar Marinho
“Baby Blues”, Depressão Puerperal e Psicose Puerperal
“Baby Blues” é um estado normal de tristeza, sentida por mulheres no período puerperal (a partir das 06 primeiras semanas após o parto até 06 meses após o parto).
Caracteriza-se por desânimo, tristeza, disforia (irritabilidade, impaciência), choro freqüente, insônia, ansiedade excessiva e dependência que se inicia após o nascimento de um filho/filha, nas primeiras seis semanas após o parto, porém, são sintomas que não fecham o diagnóstico para depressão.
São os mesmos sintomas da depressão, de intensidade leve e muito comum nas mulheres no puerpério (Epidemiologia aponta incidência de 85% das mulheres puérperas apresentando “Baby Blues”).
Este estado de tristeza ou “Baby Blues” pode durar vários dias e cessa espontaneamente.
Não chega a ser necessária a introdução de medicamentos, mas pode-se fazer necessário o apoio familiar, orientações, presença de algum ente familiar ajudando no cuidado com o filho, bem como, de psicoterapia de apoio ou familiar ou Gestalt-terapia.
Ele ocorre devido às rápidas alterações hormonais, ao estresse do parto e à conscientização da responsabilidade trazida pela maternidade.
Já a depressão puerperal também acomete mulheres nas primeiras seis semanas após o parto, porém a mulher apresenta sinais e sintomas característicos de depressão, de intensidade moderada ou grave. A mulher pode apresentar pensamentos negativos em relação ao bebê ou a si mesma, baixa auto-estima, sentimentos de culpa e/ou desvalia e/ou rejeição, irritabilidade, impaciência, tristeza acentuada, falta de vontade de realizar coisas que antes gostava de fazer, vontade de chorar e crises de choro. Na depressão pós-parto, pode haver ideação suicida. O quadro clínico persiste por mais de 02 semanas seguidas. São as mesmas características do “Baby Blues”, porém de intensidade mais grave, chegando a atrapalhar o convívio social com o bebê, marido e familiares.
No caso da Psicose Puerperal, que já é uma situação mais grave, o quadro clínico pode alcançar proporções psicóticas, alucinações, delírios e pensamentos de infanticídio.
No caso da Depressão Puerperal e Psicose Puerperal, já se faz necessária a introdução de medicamentos antidepressivos e/ ou antipsicóticos, com o acompanhamento médico especializado (psiquiátrico), bem como a psicoterapia e apoio familiar.
Pode-se pensar que os homens não são acometidos por nada diferente com o nascimento de um bebê, porém alguns homens podem apresentar alterações de humor durante a gravidez da esposa ou após o nascimento do filho devido ao aumento da responsabilidade, diminuição do alívio da tensão por meio da atividade sexual do casal e diminuição da atenção por parte da esposa.
A crença de que a criança é uma força que o prende a um casamento é insatisfatória para que haja tranqüilidade no relacionamento.
Fonte: CID-10, Kaplan.