Transtorno de Somatização: a antiga histeria.
Transtorno de Somatização: a antiga histeria.
Dra. Marília Alencar Marinho.
É um dos transtornos somatoformes (onde SOMA = “CORPO” e FORME = “A FORMA DE”) que se caracteriza por diversos sintomas somáticos, não explicados por exames físicos ou complementares.
Seu início, em geral, ocorre antes dos 30 anos de idade.
De acordo com o DSM-IV, define-se como “uma combinação de sintomas de DOR, GASTROINTESTINAIS, SEXUAIS e PSEUDONEUROLÓGICOS”. Sua principal característica é a multiplicidade de sintomas acometendo órgãos e sistemas diferentes.
É um transtorno crônico e que interfere significativamente na vida do indivíduo, prejudicando o seu desempenho ocupacional e social. Este transtorno torna o indivíduo um usuário frequente do sistema de saúde, aumentando os custos e causando desconforto nos indivíduos, que se tornam pouco compreendidos.
A prevalência deste transtorno é de cerca de 1 a 2% das mulheres na população geral.
É 5 a 20 vezes mais comum nas mulheres que nos homens.
Na população atendida por clínicos, a prevalência pode chegar a 10%.
Deve-se descartar a possibilidade dos sintomas somáticos decorrerem de condição médica geral ou uso prévio de substância.
50% dos pacientes com T. de Somatização têm comorbidade associada, como ansiedade e depressão.
A conduta terapêutica para tal transtorno é apenas paliativa para a dor e pouco construtiva para o ser humano como um todo. O ideal é que o paciente tenha apenas um médico como referencial para o seu tratamento. É muito importante que as queixas físicas do indivíduo sejam ouvidas, já que são possíveis expressões emocionais do indivíduo. Além disso, torna-se necessário o exame físico da queixa, para que se evite a solicitação de exames complementares desnecessários.
O tratamento-base desta patologia é a PSICOTERAPIA, de qualquer abordagem; porém, há maior evidência de boa-resposta com a abordagem cognitivo-comportamental. Além disso, é essencial que a MEDICAÇÃO seja monitorada, para que não seja utilizada de forma equivocada. Também é necessário tratar as comorbidades, mais comumente, a ansiedade e a depressão.
FONTE: Manual de Psiquiatria da UNIFESP – 2011; DSM-IV.